Cecília atravessa mais uma rua e volta a se equilibrar no meio fio. Motores intercalam os batimento, ora acelerados, ignoram o semáforo que traz cores inúteis para aquele asfalto de nuvens cinzas.
O belo e semi-transparente da voz que não compreende embala a lágrima do que bem entende. E quando a linha branca se amarela, o meio fio acabar, é hora de pisar num asfalto de nuvens cinzas.
Desviar do retrovisor que insiste em estacionar a sua frente, impossível. A calçada some em pedras pequenas, o passo muda e perde o meio e o fio. Chegará o próximo, buscando o equilíbrio mais uma vez, ao cruzar o asfalto de nuvens cinzas.
O feirante que guarda o que não vendeu, sorri ao ver Cecília brincando no meio fio, naquele sábado de céu azul e nuvens brancas.
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-Gisele Voss, hoje, às 14:00. Escrito antes de um cochilo de algumas horas.
-Foto das ruínas do Sport Clube Gaúcho e do céu cinzazul.