As batidas de tambores mais a frente, ao lado estátuas humanas e quadros de cores, me fizeram sentir o coração ali, onde estava sempre, mas que eu não tinha percebido a intensidade.
Porém, ao se aproximar, o cortejo não era tão grande e amedrontador, tampouco aconchegante. Era um círculo, ok, meio círculo, de narizes de borracha e Plástico. Roupas coloridas, instrumentos e pernas de pau completavam o meio círculo, A circunferência total era formada com o público, suficiente para fechar a roda.
E eu, de fora, permaneci de fora.
Observei, ganhei um oi tímido de um, sem nariz, q tocava tambor. Mas tampouco me senti convidada.
E eu, de fora, permaneci de fora, e olhei pra fora. E percebi um palhaço, de longo casaco amarelo, fora da roda.
Resolvi observar o todo, sentir, e sentir vergonha. E à medida que a timidez foi aumentando, grudei do lado de um cavalete cheio de obras coloridas, puxei meu chapéu vermelho, e respirei. Porque lembrei que respirar ajuda nessas horas. Segurando o narizinho de borracha emprestado numa mão, espiei em volta e peguei o espelho da base do batom, e vi minha pele ser coberta de 3 bolinhas na bochecha esquerda, e três riscos abaixo do olho direito (apesar de parecer o contrário no super grande espelho redondo). A calça de retalhos pretos entrou na meia, parecendo bombacha gaúcha, para ter uma base conhecida...
O nariz veio de encontro ao meu rosto, e a respiração passou a ser emborrachada.
A Aspirina então foi de encontro ao palhaço Siricotico, e dali em diante descobriu a rua Xis Vê...
Entre flores de papel higiênico, fotos de bonde, apertos de mãos de estátua, disseram bom dia, e receberam bom dia de pessoas de todo lugar do Brasil, exceto de uma cidade, que sentia muito frio para abrir a boca, nem q fosse um simples sorrir.
Sorrir, que verbo lindo reproduzido em idades e tons naquela rua de calçada preta e branca. Indo pela sombra, na busca de sol para quebrar o gelo, o sorriso, carinho e sinceridade dos dois palhaços, aqueceu o outono.
Palavras, músicas, até poesia de rua, balão um dentro do outro, gêmeos de 2 aninhos, bolhas de sabão, anúncio de almoço ou bilhete premiado. Premiados.
Aspirina não sabia que podia, assim, dizer tanto e sentir outro tanto. Até pegar caron - quando não tinha o tambor de água na bicicleta do pólo norte.
Que sutil dizer bom dia. Que sutil caminhar e olhar no olho.
Que doideira receber um sorriso, simplesmente por ter sugerido, em pequenos detalhes, que o mundo não precisa estar sempre igual.
A mudança singela no jeito da roupa, do rosto e de uma pequena máscara no nariz, a(me) permitiu se relacionar.
O gelo derreteu!
16 de maio de 2009-05-16 22:48
Depois de um dia no festival curitibano de circo.
Relato de Gisele Voss, sobre a experiência diurna, das 10:35 às 12:00, de participar do Cortejo Circense, ou seguindo atrás dele, caminhando da Boca Maldita até as escadarias da UFPR, pela rua XV de novembro.
links:
www.narizvermelhoanima.blogspot.com
http://www.casadopalhaco.com/
Hoje falamos: a Gi sumiu!
ResponderExcluirdae respondi: tem festival de circo em curitiba!
a tah...:D
tu me faz bem
ResponderExcluirtu me faz me sentir vivo
to quase chorando
amo voce infinitamente
Gosto da Aspirina tb
ResponderExcluire da Gi
e da Teresa
Vc sabe como aproveitar de tudo um pouco
e poucos sabem isso
=***
que legal ler e ir imaginando, e nem precisa tanto, pois tem fotos ilustrando. muito show! quanta vida em você! saudades
ResponderExcluirComo a escritora aqui de cima, também fui lendo e viajando com o relato da aventura da Aspirina! diga à ela que sou uma grande admiradora dela! e digo a você Gi(sele) que sou sua fã!
ResponderExcluirabraços de Ursa :D