28.6.08

No. 23 - Não gosto de TANTA chuva


“Se chove, não há o que fazer...” pensou Romildo, ao programar todo o seu fim de semana. Olhou para a janela. Ainda quarta-feira. Será que a volta que aquele bando de pássaros fez abaixo dessas nuvens grossas quer dizer algo? O chão não tem como umedecer mais do que isso, e as gotas insistem em ali tentar se alojar. Mas o calor deve estar perto, afinal, essa bruma não deve ter vindo dos céus... é o calor da terra. Ou a fumaça do inferno? Eu sabia! Não devia ter amarrado o rabo do gato da vizinha quando era criança! Agora, quando eu queria sol, calor, o único que me atende é Lúcifer!
Foi o sol, daquele dia, que preparou tudo! Como vou fazer sábado? Se as nuvens gostarem de permanecer assim, mais cinzas, mais baixas, mais paradas que poste de luz! Luz! Quero luz, luz do sol de preferência, essa fluosforescente econômica tá encarecendo minha conta no oculista. E se ligasse pra Funai? Será que eles não vendem dança da chuva, ou melhor, da não-chuva, para arrecadar fundos pros índios? Olha.. vou lançar essa idéia! Mas e esse fim de semana!? Se chove, não há o que fazer...
Melhor me concentrar no objetivo do que ficar analisando a cor e peso do dia.

Gisele Voss – 27/06/08... numa sexta feira de tarde chuvosa (manha, tarde, noite, madruga.. sempre chovendo..)

Foto: Contação de história no Sesc, "Não" e "Não sei, sim." se protegendo da chuva feita com os dedos dos ouvintes...

19.6.08

No. 22 - Gosto de acróstico


Novo exercício da oficina literária com Rubem Penz:

ACRÓSTICOS
ps. (como são verticais.. o post ficou coooommmprido!)
(ilustrações com equipe Nariz Vermelho e Grupo Cócegas)
**
Longe do
Obvio,
Unico
Consciente,
Unica
Razão,
Ação.
**
Soltos alguns
Uns presos
Todos em pares
Indo e vindo
Anti-gravitacionais
**
Quando cheirou
Um odor
Estranho
Investigou.
Já entendeu:
O queijo mofou.
**
Posso
Esquecer
Rápido
Graça
União
Namoro
Transa
Amor?

Respondo
Esqueça
Sim!
Pois
Ontem
Sozinha
Te
Apaguei
**

Texto baseado em um dos acrósticos:

PERGUNTA E RESPOSTA:

- Posso?
- Talvez...
- Por que?
- Não sei.
- E a outra alternativa?
- Não gostei.
- Você não quer?
- Quero.
- Então?
- Depois.
- ...
- ...
- E agora?
- Não.
- Desiste?
- Sim.
Então, saíram da ponte e ela larga as pedras no chão

Gisele Voss. 19.jun.2008 - escrito durante a aula de Psico do Desenvolvimento II


AcroHóstico Bônus:
Bizarro, sim, mas
Extraordinário!
Humildade
Acima das
Virtudes
Insuportáveis dos
Oportunistas.
Reluzente, sim, mas
Inconsistente!
Saber
Teorias,
Até parece...


Fabio Henrique Medeiros Bogo - ABELHA! diretamente de Floripa, by MSN...

10.6.08

No. 21 - Gosto de desafios


Desafio proposto por Rubem Penz na oficina de criação literária - Crônica e Poesia "a confluência da Linguagem", gentilmente oferecido pelo Sesc:
Escrever um texto, em prosa ou verso, utilizando as palavras de modo resignificativo.
Bigorrilha, nevoeiro, jazigo, bambo, momentâneo, artrite, rajada, glote, pixaim, isca, supracitado, oleoso, cobaia.
Título - (nao sei qual ainda! preciso até sexta, alguma sugestão?)

Oleoso estava conversando com sua amiga Artrite sobre seu novo projeto. Começou a explicar que para seus planos não acabarem em um jazigo tão cedo, precisava encontrar alguém perfeito para usar. De sua forma escorregaria, Oleoso foi indo pelas bordas ao descrever para Artrite como seria essa pessoa, pois sabia que ela era dolorida em suas respostas:
- Preciso de uma cobaia sem vaias.
- Quer o mais agradável, querido? E o que mais?
- Que não seja assim... um... bigorrilha* - afirma Oleoso.
Artrite engole seco, é possível escutar o estalar de sua glote.
Ele continua:
- Até bambo pode ser, mas não um Rambo.
- Entendi! Tem que ser prezível e não ser momentâneo como o supracitado! - artrite complica.
Oleoso explica:
- Pode ser qualquer um que não tenho esses dois detalhes, será uma boa isca e garantirá o meu sucesso.
Nervoso, Oleoso descarrega:
- Só preciso de uma aparição em meio a esse nevoeiro e tudo estará pronto!
Com uma rajada de interesse, ela traz opções para o amigo:
- Então pode ser alguns de meus conhecidos! Talvez o Careca, o Manteiga, o Seco, o Diabeto, o Metáfora, o Pixaim... - porém aí foi interrompida:
- Não... não... Pixaim não pode não.
E nesse instante ela entendeu: o oleoso não podia se misturar.

* Bigorrilha: indivíduo Desprezível.

Gisele Voss
30-05-08