29.12.09

No. 77 - Gosto de Teresa X

Teresa acordou sorrindo
uma tapioca a espera
e o amarelo do vestido


embalada ainda
de triângulos
e misturas
se levanta


Um sanduíche de banquete
Teresa sorri
gritar não pode
Teresa sorri


Mistura do bem
que fez bem prá caramba

Teresa viu
Aspirina chorar
Panqueca correr
Papai Noel descer

Jogo da velha
que chega um dia
Teresa não liga.


Divide desejos
em brigadeiro de isqueiro
Teresa pinta
de boné.


Teresa vermelha
rosa e amarela
Sorri.

Teresa se molha
pisa na bosta
Sorri.

Água em queda
pés em subida
vê, respira
Existe

Girando
cirandando
vivendo.

Teresa vê o tempo.

14/12/2009 - 24 anos depois de nascer...
12:40... no tubo
02:30... na cama

No. 76 - Gosto de mistura

É difícil receita de bolo dar errado
seja doce ou salgado
porque são ingredientes bons
que se misturam.

A vida é uma mistura do bem
Mistura de aspirinas e panquecas
tambores e tintas
mantras indianos
em dedos vermelhos
camas que pulam
pés que erguem
bolo que acerta
mãos que apertam.

12:38 no tubo esperando o Bus...
14-12-2009

10.12.09

No. 75 - GoStO de SeR pAlhAçA

Hoje, dia 10 de dezembro, dia do palhaço!
(para não ser tão óbvia sobre meu futuro, eu nasci dia 14... uns dias a mais pra disfarçar e meus pais nao perceberem que a filha ia virar palhaça.. eheh)

Entao, lógico, abri o blog e vou postar duas produções inspiradas na minha profissão:

"Feliz dia do palhaço!!!!!!!!!!!!!!!!

é um vício, um modo de vida, um respirar...

é aceitar... é perder... é dar...

não dá pra negar

jogo é jogo

regra é regra
e está ali para nada!

10 de dezembro de 2009, 00:24"

Trechos, recortes e retalhos costurados a partir da oficina "Levando o Riso à sério" da Cia dos palhaços, que eu e a mo fizemos semana passada:

"Se você está aberto, recebe presentes do kosmos"
"É interessante de ver, ela estava muito transparente"
"Não quis te seguir, pois você nao me olhou nos olhos."
"Estaremos preparados, até pq a platéia pode ser hostil."

"O nariz é a máscara menor do mundo e que deixa mais você a mostra."

E os retalhos formaram um tecido multicor, de subjetividades minhas e da Aspirina...:

"O palhaço realmente é corajoso, arriscado e perdedor.
No mundo dele tudo pode, e se ele acredita, os outros também vêem que pode.
O impacto, o estranho, puxam o olhar, abrem para ser visto.
O racional atrapalha.

O corpo vem do chão até o topo.
Somos mais que a cabeça, voz e idéia pronta.
Somos transparentes. Mas não deixamos ninguém ver. O palhaço deixa.
O outro me mostra onde estou e se quer vir comigo.
Tenho que aprender a pilotar.
As horas de vôo vão me ensinar a ler o painel da cabine,
seja ela a rua, a festa, o hospital, na chuva ou na fazenda.

Fazendo sinto.
Ouvindo reconheço.
Vendo sorrio.
E aprendo.


Todo mundo tem muito a dar para seu palhaço.
Tudo aquilo que desde criança lhe foi dito para esconder.


Yes, we can.
Há vergonha no ridículo.
Há dignidade no ridículo: ser digno de riso. (vide aurélio)
O palhaço é o humano sem dignidade.
E que descobre que tem a maior dignidade, de aceitar o que se é."

Gi e Aspirina...
01/12/2009

8.12.09

No. 74 - Gosto de ser culpada

um email familiar... que compartilho por aqui..
e antes de mais nada, de que os promotores venham me acusar...
EU ASSUMO A CULPA!

"oi, família

a Gisele Cristina Voss é a responsável pelo Lucas não querer dormir logo.

a gente lê o livrinho e vai embala-lo para nanar. já tenho 4 versões de musica e danças diferentes.
aí, ele se vira, vira, mexe e olha para a estante com os livros. quer ler mais.

e vamos ler de novo.
e dança, e olha para a estante de novo.
quer ler, ler , ler

quantas vezes a gente conseguir ler para ele.

Gisele, venha morar aqui para faze-lo dormir todas as vezes. a leitura tb é de dia, nao só para nanar a noite.

bjs

O Lucas agradece a influencia.

heheheh

Ligia
(que adora o fato de ele quer ler e adorar ouvir historinhas)"

email de 1 de dezembro de 2009
foto da mae coruja

29.11.09

No. 73 - Gosto de rua


Esquina de chuva
rua da rotina
buzinas novas.

Ângulo para o sol
com cores de guarda-chuva
O verde cai
o chão acolhe.

Passos
ruídos
Um buraco no meio
colunas no caminho.

Colunas em contato
caminho torto
de muitas esquinas.

Letras que viram mãos
mãos que viram palavra
a mesma.

Traduzida em francês.

ou senão,
vai tudo pra tonga na mironga do kabuletê!

29/11 16:11
São Pedro deixou o sol chegar lá fora
foto de uma rua curitibana

9.11.09

No. 72 - Gosto de Brasil, ôxi!

Abre a porta e a janela, deixa ver o sol nascer.

O encontro
A não rotina
A tapioca
O vento

Se cada um tentar resumir
Não adianta só ler para entender.
Mas querendo, já pode.

A pele que arde
e retorna pro sol
O sono que escapa
o colchão que enche.

A experiência em tabelas
Letras em fotos
pôsters em ziguezague

Você fala
eu escuto
nós conversamos
todos conhecemos.

Você traduz
Eu mudo o sotaque
Nós dançamos
todos crescemos.

Você lê
Eu escrevo
Nós editamos
todos se aquecem.


Se o social fugir de mim
e um egoísmo involuntário
me deixar só, na areia,
um coletivo de conchas
me ligará ao outro.

E se o fluxo muda
Com a lua cheia
O sangue acompanha
e jã não se reconhece
como antes.

Não sei
Da onde sou
vou
sei onde estou
vou
saber onde estão
vou
ser.

De movimentos em blocos
Andar por andar
a porta se abre.

Tendemos ao som
Vivemos a cor
as cores
as flores
em chita.

Associação
associação livre
livre de escolhas
livre em opções

Opto pro tudo
nego a nada.
Olho não fecha
e o dia nasce.

Ao som de elefantes,
abro a porta e a janela,
abro a mochila, o ônibus,
desço dos ares.

Só para ver o sol nascer.

03-11-2009 10am
Praia da Jatiúca
Maceió-AL
durante... ao final do XV ENABRAPSO

No. 71 - ( não) Gosto de estar assim

09-11-09
mis, é orbutuo!

Diz que é nessas horas que o talento aparece.

Quando você erra a direção da caminhada, come meio pacote de wafer em duas quadras e devia de um ônibus quebrado.

Quando você entra em casa para escovar os dentes para tirar o insosso da wafer, para tomar água para tirar o doce da gargante, para ver a pia, cozinha e banheira para limpar, sair na porta e trancar.

Quando tranca as portas e lembra de pegar a canga que veio buscar, sai, vê dois dividindo um hot dog, e dois dividindo um banco. Olha para a araucária na calçada e escolhe a grama e deita.

Quando respira e pensa: "será que os cachorros passaram nesse trecho no sol de domingo ontem?"

Quando há mudanças de núcleo, não só de espaço físico do estágio, mas dos núcleos de significação da supervisão da pesquisa. Afinal, é novembro ( e nao outubro como escrevi crente, no início do caderno). Afinal, é final. Afinal, vou completar 24 mês que vem. Afinal, teria que estar estudando e estou rabiscando meu caderno com letras maiores que as linhas, esperando aquela dita inspiração que vem em dias assim...
...

...

Vou ler o livro da aula de amanhã.



Gi
19:40, o sol se pôs
quase dormindo na grama urbana

No. 70 - Não gosto de descontato

Palavras me afetam.
Mas elas sozinhas me desafetam.
Foda-se Msn, email, explodam os torpedos.
Tem horas que não há contato com simples dígitos.

Palavra escrita não tem braço e perna.
E principalmente, falta respiração.

(as vezes imagens sem a palavra, também fazem faltar cotovelos e joelhos...)

Uma carta
um email
uma mensagem...
amo e uso tudo isso.
tanto que estou usando um caderno e um canetão verde para expressar o que sinto.
Mas a única pessoa que vai saber 100% como isso afeta a temperatura do meu corpo, será eu.

FODAM-SE AS PALAVRAS SOLTAS E MAL ESCOLHIDAS.
NENHUM SMILEY VAI EXPRIMIR MINHA CARA.

09-11-09
praça do Largo da Ordem
p.s amo receber msgs com palavras soltamente bem escolhidas... emails, recados, comentarios, cartas, textos... mas... aquelas que só provocam descontato, como hoje, a... melhor descartar;)

19.10.09

No. 69 - Não gosto de energia ruim

Essa semana me deu arrepios.


As realidades, muitas, se afetaram, mas diferente do que eu gostaria.


...


Tô com medo do mundo.




Sou só eu?

17.10.09

14.10.09

No. 67 - Não gosto de mundo líquido


Eu vi Teresa, e foi tão bom.
Mas agora ela não tá aqui.
Ela não gosta de me ver assim.
Ela sabe não me encaixo nesse mundo.
Ela viu que as tentativas de gole do mundo líquido
foram virando chá quente e evaporou.
Até parecer que não tinha aquele líquido
em nenhum momento.

Eu provei e não gostei.
Não quero relaçoes líquidas sem poder tocar.
Que escorre, que evapora, que cabe num copo,
meio cheio, meio vazio, furado.

Quero relações concretas
sem precisar de nome
nem de regras
nem de prisão ou punição.
Quero estar livre para
ter um nome para pensar
um afeto para sentir
sem medo do nada.

Não precisa ser de concreto,
tijolo, parede.
Precisa ser de olho
toque
tato
contato.
Encontro de encontro
sem fuga
esquiva
ou desrespeito.

Sem recional que pensa em si sem pensar em si como se é.
Pensar como se quer, sentir sem querer.
Se boicotar.
Boicote é um nome que soa feio.
E que funciona fail,
é ruim, é placebo.
Nunca tem o efeito esperado.
Não quero placebo
sentimento placebo
só funciona se...
não.
não funciona.

Não há sentimento placebo.
Sentimento é que nem droga.
Sempre faz efeito,
mas às vezes não o esperado,
e as reações adversas disfarçam a emoção.
Razão atrapalha.
Não, razão ajuda.
Guia, segura.
segura uma placa de recado:
"Não está na hora."
Tenho problemas com placas e obediência.
Ignorei/enganei a mim.
Deixei que o afeto se estabelecesse,
mesmo que em líquidos e essências.
Agora, parei.
E li as placas.
Quero aquecer na minha vida e liberdade,
até que a chaleira comece a chiar e o vapor me esvaziar.
Me esvaziar de um afeto que não me quer
no mundo que tento viver.

Hoje minhas mão falaram que minha vida é/será
cheia de momentos estranhos.
Senti que tenho linhas leves e sutis.

Eu sou fera em jogar imagem e ação,
e não preciso que me falem.
que me digam o que tá acontecendo,
ou de explicação.
Há cenas que se lê em silêncio.
Há cenas que se sente em tato.
Há afetos que se prova, que se prova com a língua.
E se eu gosto do sabor de algo que todos gostam?
Eu sei gostar de sabores mais exóticos e únicos.
Vou buscar esses, nem que encontre uma receita especial, que só eu conheça.
Com ingredientes que os outros podem achar amargos ou azedos.
Ou doce demais.
Mas que eu goste.

Foda-se tudo.
"Tô vivão/vamo vivê."*

Escrito no dia 13, na noite 13, no final dela...
Fotos do camping do EREPSUL...
*música da Trilha sonora do gueto...

5.10.09

sem número e sem título

há coisas que afetam
há coisas que não afetam

há dias que me pego
pensando
há dias que me pegam
sem pensar

há aulas que me pego
dormindo
há aulas que vou

sem dia sem número
sem hora para saber
sem nome para dar
sem alguém para pensar

com dia com número
com hora para cumprir
com nome para assinar
com alguém para ligar

sem título esse pensar
devir
dever explicar
para ninguém

ninguém sabe o que é isso
inclusive quem escreve
quem escreve?
sem nome
seu nome
pode

em dias que chegam
eu chego lá
e no meio
me aconchego

doidera sem saber
que era doidera
sem ver

esse conjunto
come junto
lava
e sai

não sei nem mais o que
escrevo
não tenho mais o que
escrever
não tinha antes mesmo,
tanto que escrevi
só bosssta.

----
13:16
escrito por alguém
hoje em algum lugar
depois de um almoço nem ruim nem bom

1.10.09

No. 65 - Gosto de Chandele

Chandele, Danete, Chocolate cremoso, iogurte de chocolate...
não importa o nome que se dá.
O gosto afeta igual.
Mesmo que pense que dar uma marca
ou um rótulo diferente,
vai mudar...
na hora de provar, o sabor revela.
Só experimentando para saber se a etiqueta faz a diferença.
E eu comi danete hoje.
Eu no puff, Moara no tapete,
com todas as cadeiras e sofás a disposição.

Celebramos nossa vida de mulher,
responsáveis de uma casa,
donas de uma vida a viver
e cuidar.

Celebramos a chance de ser criança e escolher a colherzinha pequena,
ou deixar ela no chão e saborear o dedo.

Celebramos os afetos que nos comovem.
Os fatos que nos movem.
As fotos que nos locomovem.
E o sabor do chocolate.

Na língua, na bochecha, no queixo,
era sabor de muita coisa além das letras dos rótulos.
Sem buscar nominar nada, escutamos nós no ninho dentro,
sorrimos dentes sujos, e pensamos além de hoje,
sem lugar específico no tempo.

A chuva que pode congelar a qualquer instante,
pode continuar.
Os vizinhos pela porta passar.
Nossos potes foram jogados.
As colheres e os dedos permanecem,
prontos para experimentar novos sabores.

O amanhã nos afeta,
mas só vamos pensar nisso
amanhã.

Gi, 23:52 29/09/2009

22.9.09

No. 64 - Gosto de roda


O sol reflete no olho até o que esqueceram de explicar.
Creme
Chocolate
Morango
Pra que falar?
Não vai, porque não é alguém de ir.
Fica.
Ficar assim falando calados,
queimando.

As marcas vermelhas aquecem ainda sob o creme.
(sem chocolate, mas cor de morango)
A pele que arde
marca no/do rosto que sorri.
Ali a gente senta,
levanta, busca, traz,
dança, bebe,
come, come, come.
Sabor de domingo melhora qualquer semana.
Calor e sol de domingo adianta qualquer boa semana.
Sorrisos, pandeiros,
cebolas, botes,
violão e batata,
confirmam qualquer dúvida para a semana.
Numa roda, grande e linda, se gira.
Gira o tempo, bem.

E Teresa come pipoca e brigadeiro.

21-setembro-2009 00:41
fotos e texto sobre um dia do gaúcho em meio a curitibanos recessivos e brasileiros-latinos que cansaram de tomar nosso mate e ouvir o hino na beira do lago!

6.9.09

No. 63 - Gosto de anjos

Hoje vou escrever uma historia sem enfeites (e sem acento ja q o teclado nao quer..)

Porque tem cenas que nao precisam de metaforas, nem de poetas...

Era 10:30 do domingo de sol, provavelmente... ou um pouquinho mais.
Estava eu sentada, ao lado do meu avo, no banco da igreja, enquanto o padre terminava de entregar a hostia... e dentre os cantores estava minha mae, meu pai, e a amigona da familia, em frente a minha irma, cunhado e meu afilhado (q tb gostou das musicas)... e deve ser por isso que uma musica, que nao estava na lista entregue na porta, comecou a ser cantada, para finalizar a comunhao.

Ao ouvir aquelas vozes, o que eu nao tinha feito ainda, comecei a fazer no instante que entendi qual era a nota. E as lagrimas correram, e meus olhos fecharam, respirando diferente, e lembrando da minha avo, antes de ir, ha um ano atras. "gracas pelo azul celeste... gracas dou pelo futuro... por essa vida que passou..."

E algumas estrofes depois, sinto uma mao me tocar no joelho. Abro entao os olhos (um pouco assustada/incomodada) e vejo olhos azuis, cabelinhos loiros, e um carinho me olhando. Abraco entao aquela menina, de quem ja fui baba, e estava com seu pai nosso amigo, sentada em frente a mim.


Uma gota eu toco no meu rosto, e passo em sua maozinha. Sorrimos, por ficarmos com a pele molhada. Ela entao, abre a sua mao, e aponta com seu dedo, para uma ferida na palma, do lado das linhas da vida. Olha bem para mim, sorrindo, e diz: "Sarou."

Depois procura nos dois cotovelos, encontra qual tem um raspao, e diz: "é uma ferida, as vezes molho, mas depois sara denovo...".

Sorrindo, termino de ouvir a melodia. E volto a acreditar em anjos.


06 de setembro de 2009. 15:22. Passo Fundo.

p.s. Cena vivida na missa de um ano da minha vo' querida. fotos das flores dela, e da minha anjinha.

28.8.09

No. 62 - Gosto de ENEP

BAO DIMAIS SO!


Céu cinza avermelhado, em ressaca de chuva, e eu apoiada num casaco enorme, segurando meu guarda chuva de cores. Nesta postura e paisagem fica até difícil encontrar sentimento similar da semana que passou, para ajudar a evocar as memórias.
ENEP 2009. Encontro Nacional de Estudantes de Psicologia. 1300 corpos misturando energias e idéias, ignorando o contágio da gripe A, sendo afetado por outros, por todos ou poucos.
O calor térmico de Minas aliado ao calor humano da Psicologia, fizeram banho frio não ser problema (pelo menos para os do Sul...). Sotaques se misturavam e novas línguas foram faladas. Impossível dizer que no encontro nacional se falava um só idioma. Os dialetos, gírias e novos termos tornaram o caleidoscópio completo. E não foi criado, tampouco, uma língua nova e única. Cada um pode aprender a falar de um jeito.
Mesmo dividindo os mesmos espaços – ou a falta deles -, gostos e cheiros, não é possível definir um ENEP. O encontro que ocorria desde uma fila até a troca de opinião no auditório, foi para cada indivíduo o que foi para cada indivíduo.
Em bom minerês, simples e cantadinho, tudo é pertim, logo ali, é só subir ou descer uai. Porque foi essa proximidade que promoveu os contatos, mesmo que o DDD na hora de anotar, fosse muito longe.
Ali naquele papel no último dia, se lia:
“Certificamos que Cleber (o amigo imaginário de uns que conheci) `participou do XXII ENEP. Psicologias Gerais... dos... totalizando.... horas.”
Horas essas registradas muito inferiores ao acontecido, porque até na hora de descobrir como arrumar um espaço pra mochila, uma troca de conhecimento ou somente de afeto, se dava. E é isso que o estudante (de Psicologia ou não) presente em BH nestes dias, leva na bagagem.
Descobri (ou reconfirmei dos EREPs que já passei) que são os espaços informais que me afetam. Até a oficina que inscrevi quis repetir em um horário “não-oficial” depois. Porque tudo é possível ser fomentado, sem hora e local pré-definidos.
Por isso aquela grama, que unia diferentes estados e até países, numa sexta a tarde, onde cangas coloridas recebiam folhas de poesia, cafunés, música e assistiam malabares, estava “tão Enep”, como um dos sotaques ali falou.
E para comprovar isso, foi feito um experimento – que agrada behaviorista até gestaltistas, passando por todas essas psicologias gerais que o tema sugere:


MATERIAL: Folha de caderno da Ju e caneta do Zé.
SUJEITOS PARTICIPANTES: Enepeiros presentes (não temos nomes não por sigilo, mas porque não se tinha os dados e nem a preocupação de saber quem estava ali dividindo o espaço. Sabemos que eram brasileiros e até chilenos.)
METODOLOGIA: Cadavre Exquis (ou Esqueleto Guloso – adaptação CorepSul).
Foi dada uma folha em branco para uma das pessoas sentadas ali na grama, que escreve uma frase e dobra a folha de maneira que o próximo participante não veja nenhuma parte da frase escrita acima. E assim repetidamente se dá até passar a folha por todos os participantes.
RAPPORT: “Escreva um frase QUALQUER, que lhe venha à cabeça agora. Não é permitido ver a frase anterior (isso se refere à todas as palavras escritas, sem ser aceito ver nem a última.)
LOCAL DA APLICAÇÃO DO EXPERIMENTO: “Num momento ENEP, ouvindo Cordel do Fogo Encantado, uns fazendo malabares, outros dormindo no cafuné e um chocolate passando.”

RESULTADO:
“As paisagens que vejo refletem minha alma
No enrolo das coisas difíceis
E assim nós nos enroscamos.
Brincando de pega-bandeira.
E assim eu surto!
E cheio de afetação
Te amo tanto que não cabe mais em mim.
Adoro flor.
É o preço que se paga.
E o céu está tão lindo!
Hoje é dia de ser feliz.
Chuver, descer a ladeira da praça como quem escorre.
E inconsciente não quer e nem tem dono.”

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Encontro de Estudantes me afeta.

REFERÊNCIAS:
Beijo me liga.
Um Abraço, até outubro, em Londrina – XVIII Erepsul. 9 a 12 out – UEL-PR- www.erepsul.org

29 de julho de 2009 19:00 (na sala de espera do primeiro dia de terapia em grupo de psicodrama)

10.8.09

No. 61 - Não gosto de mentira

06 de julho 2009 12:25
Estava no ônibus há pouco, e até perdi a conexão no terminal, porque demorei a descer, enquanto conversava com uma garotinha de casaco amarelo florido.
E a conversa começou só depois que algo “interessante” aconteceu: senti uma cólica forte, e para aliviá-la tive que liberar uns gases. Sim, soltei um pum silencioso. E quase que instantaneamente ela fala para a mãe:
¬- To sentindo um cheiro de cocô!
E sua mãe:
- Eu também.
E eu, prontamente, com cara de nojo:
- Eu também.
E ela olhou para mim, naturalmente, como alguém perguntaria: “Qual o seu nome?”, ela perguntou:
- Você soltou um pum?
E eu, infelizmente, tive que mentir, segurando o nariz apertado, como ela estava fazendo. Ela apertou ainda mais o dela, e ajudou a mãe, segurando para ela também. Depois da mãe abrir mais a janela do ônibus cheio do meio dia de inverno, a menina pergunta:
- Passo u o cheiro? – com a voz anasalada de nariz fechado.
A mãe espera um pouco e diz que sim. Neste instante ela solta o nariz e dá aquele suspiro de alguém que ficou muito tempo sem respirar. Depois disso se seguiu alguns minutos de conversa, em que ela me olhou e disse:
- Eu te vi no tubo (um tipo de parada de ônibus de Curitiba), quando fui pegar o ônibus. – e depois- É que essa minha mãe aqui é muito maluquinha. Sabe que eu vou viajar para Bandeirantes? E se você quiser ir vai ter que pegar um ônibus.
Nisso, me levanto para seguir a fila de passageiros descendo, e digo:
- Ok, se eu for, vou de ônibus, mas não sei onde é.
E a menina de casaco amarelo florido, no auge dos seus 4 anos, diz prontamente:
- Aí você vai precisar fazer um mapa.
Dali então me despeço, desço no terminal, vejo meu ônibus que passa de meia em meia hora, fechando as portas e saindo. Até corri e bati na porta, gesticulei, corri, e ele se foi. Aí sentei aqui, escrevi essa história, e aceitei o castigo de chegar atrasada no estágio, por ter mentido na conversa. Não pelo pum...

E o mais gostoso desse momento - claro que não foi o cheiro – é que eu estava lendo o livro “El clown, um navegante de lãs emociones.” (JARA, Jesús). Porque a reação natural da menina de casaco amarelo florido, de perguntar se eu que soltei aquele cheiro ruim, e a reação da mãe, de sentir vergonha pela filha, mas rir um pouco contida, traduz um tanto das páginas em espanhol que estava lendo. Da relação do palhaço com o mundo, com os outros, com a ingenuidade, com a não observação de certas normas – ou de norma alguma... Ou então da verdade no mundo infantil, da sensibilidade, e da percepção aguçada do que se passa ao redor, nem que seja através do olfato.
Por isso, cada vez mais, gosto também de usar um casaco amarelo florido assim.

p.s. ok, na próxima provocarei a criança de outra forma...

(foto da aspi by Abelha)

16.7.09

No. 60 - Gosto de palhaçadas!

Para isso, a Aspirina vê palhaço em cada amigo...
e leva junto pra descobrir... tanta coisa...
confere no blog da equipe NARIZ VERMELHO

uma palhinha, de fotos roubadas de outros sites que nos clicaram:











FONTES:
http://www.granderodadetambores.com.br/portugues/blog.htm
http://www.secj.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=330