9.3.11

No. 121 - Não gosto de desumanidade

---nesse caminho, sinto-me atropelada. difícil respirar o ar tão mal compartilhado...---



Não sei

MESMO



sei que tenho

MEDO



sealguémconseguepassardecarroacelerandocomovidroquebrandoemseusolhosegritossoltandoemseusouvidos



sangue



etenhoquelerqueomotoristafoiinternadoPORESTRESSEPÓSTRAUMÁTICO



"Segundo o delegado Rodrigo Garcia, o médico que o atendeu decidiu mantê-lo em observação, pois entende que haveria o risco de suicídio." http://informegeralitabuna.blogspot.com/2011/03/preso-autor-do-atropelamento-ciclistas.html



o MEDO que me dá é que reagi a essa informação com vontadedequenãotivessemoimpedido



VERGONHA. sinto vergonha de ter sido influenciada por tanta barbárie a ponto de pensar positivo sobre o suicídio. ADMITO, tenho vergonha. e passou rápido esse raciocínio.



Fechei meus olhos e vi dentro de mim, a vontade que tenho de ver o mundo crescer florido, com tudo (bicicleta e carro junto... )



gostaria de andar mais de bicicleta, mas tenho



MEDO. e respeito, pq como fujo dos carros, vou na calçada - desculpando e pedindo licença pra não atropelar ninguém.



cheguei ontem de um festival, com 6 mil pessoas acampando, com muita música, e muitas "drogas" usadas pela maior parte dos participantes. Resultado: brinquei muito com as crianças da família acampada ao meu lado, discuti consumismo com o amigo, compartilhei o que aprendi em outras oficinas, dancei, dormi, cozinhei, e amei, muito, pois era o ar que respirávamos, misturado as fogueiras e som constante...

e escutei da moça da ambulância (qd minha amiga foi lá tirar o espinho do dedo com uma agulha limpa...)

"depois dizem que 'matou, brigou, pq tava drogado', e aqui é a maior prova. nesta fazenda qd tem o rodeio, tem briga o tempo todo... no psicodália é realmente a melhor prova de que isso é mentira. dá para ver que as pessoas aqui são do bem, que a energia é positiva." (deixo assim ela resumir isso por mim...)

viajei muito nesta escrita. não faço apologia nem ao uso de bicicleta nem de droga. uso pouco as duas coisas... pretendo perder o medo de andar de bicicleta na cidade, e continuar diminuindo meu superego sem usar nada externo... mas precisava falar-escrever um pouco...

nesse caminho, sinto-me atropelada. difícil respirar o ar tão mal compartilhado...

mas tenho

ESPERANÇA

e no que eu puder, acompanharei a massa... crítica...bela... no caminho do bem...


pós-barbárie...

se assim a bicicleta, imagina os corpos, e o coração de quem ali esteve

um ângulo de um show no psicodália...