30.11.10

No. 117 Gosto de psicolhaçologia


gi se emociona...
através de letras impressas a sua frente...
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp117267.pdf

e... pelo vigor do palhaço... aprende... e deseja
"quero escrever que nem ela..." (eu, nesta página, 2010)

obrigada Juliana Dorneles, por contribuir assim por essa poesia do ser palhaço.

um trecho da introdução de sua tese de doutorado em Psicologia Clínica pela PUC SP:

"Havia única e exclusivamente palhaços se relacionando com o vivo e o não vivo no momento em que os vivos e não-vivos se apresentavam como vivos ou não-vivos. Era como se só houvesse palhaços, não mais pessoas, e como se tudo se tornasse clownesco. Os palhaços aconteciam a todo momento, em cenas que não eram mais cenas,mas o jeito de eles serem." (p.9, 2009)

"Talvez a única condição fosse esta: para jogar, é preciso estar nu. é um jogo limpo, em que você não finge sua intenção." (p.9, 2009)

espero em breve conhecê-la mais de perto ;)

foto de uma cena do anjos do picadeiro 2009 - disponível no site picadeiroquente.blogspot.com...

27.11.10

No. 116 - Gosto da China, mas...

Lá vou eu, ando pela rua aqui na cidade, encontro as pessoas conhecidas, e vem a pergunta:
- e aí, como tá a família?
- Tá bem....
- E teus pais, acostumados com a nova cidade?
- Sim, tao curtindo a aposentadoria aqui, enquanto tô na correria...
- E teus irmãos?
- Tão bem...
- Na tua casa tb?
- Não... meu irmão tá no norte do Brasil, trabalhando...
- E tua irmã?
- TÁ NA CHINA!
- heheheeh... tá brincando, né?
- Não. Tá ela, meu cunhado, e meu afilhado!
- ...
- Sim... mas daqui a pouco a gente se vê, depois visito eles, uai, porque não passar um tempo na China né?
- E como é que tá teu sobrinho assim?
Aí que eu imagino, penso nele, e conto a situacao, que até agora fica na suspense.
- Ele tem um ano e uns 8 meses, lindo, o mais lindo de todos... E ainda não fala. Afinal, ele só precisa escolher em qual idioma começar... Imagine você, descobrindo novos signos que servem de instrumento para se comunicar, além do choro e do apontar, buscar, mostrar. E os signos não combinam entre aqueles seres gigantes a sua volta...
Sim, ele vai ter que optar entre o português de casa, o mandarin da rua, o inglês da escola e o espanhol que deve aparecer no meio...
- Simples, hein? Imagino ele chegando para conversar: Nihao, Yo want chocolate!

enquanto isso... fico na saudade, e acompanho no blog vivendo na china, que minha irmã com seu jeito ótimo, descreve seu dia a dia por lá...
e os chineses tiram foto do bebê mais lindo do mundo, e que, para eles, é surpresa, de olhos tão abertos!

21.11.10

No. 115 - Gosto de domingo

Acordei sem lembrar
do que precisava saber
não precisava.

Acordei sem querer
com o sol me dizendo
a me querer.

Dormi sem perceber
que a lua cheia
via meu segredo.

Dormi sem querer
com a lua me dizendo
a me querer.

não sei mais se dormi ou acordei
se vivi ou sonhei
não precisava
já era domingo...

29.10.10

No. 114 - Gosto de Diversão em dose dupla denovo!!!

- post típico do nosso site www.narizvermelhoanima.blogspot.com ;0)
A Beatriz e a Sofia já estão com 2 aninhos!!!

E a brincadeira já toma conta :0)

Afinal, é um ótimo motivo pra juntar a família...

Pois festa de criança não parece ter idade mínima,

muito menos máxima!

Feliz dois anos de idade em dose dupla!

E o Caetano, claro, não ia perder a festa!

A Panqueca até achou um lugar confortável para sentar...

E os cachorrinhos e as flores foram achando as donas...

E a Aspirina resolveu pedir um novo emprego.. doce... pra Lua e Leon

Enquanto isso... as crianças se divertem!



4.10.10

No. 113 - Gosto de eleger

Hoje elegemos alguém
alguns.

Eu elegi
poucos
que aqui neste barco
dividem o samba comigo.

Elegi a natureza
alegria e felicidade
com certeza.

Não precisei saber ler
só escutar
e escrever.

Para lhe contar
que era uma vez
de várias que vou fazer
até me perder
no cálculo.

cálculo desnecessário como relógio
quando se tem o sol
como calendário
quando se tem a opção
de não votar
desncessário como energia elétrica
quando se tem fogo
sem apagar.
desnecessário como dinheiro
quando se tem amor
e espaço para plantar.


elegi colher
aos poucos
no cantinho que achar
sementes que hoje espalhei
amanhã venho buscar.

Você vê meu coração
e eu esqueço
esqueço de só escutar a ele
que não posso ver.

Sentir
sentir frio no pé
vento de popa nas costas
sentir ouvido agudo
do motor debaixo do banco
do pandeiro debaixo do braço
do cantor afinado

faço sim minha eleição
compulsória
com pulso e história.

03-10-10 no baixar do sol
no barco nas águas de superagui, depois de justificar o voto na ilha das peças, no retorno da comunidade de Barbados.

um pouquinho de onde fui no www.viagemdecanoa.wordpress.com (nao participei da viagem de canoa ainda, mas o caminho é o mesmo...)
http://www.cultimar.org.br/sistema/up_anexos/a053a4a16e19882215496466e7599828.jpg

nO. 112 - Gosto do Nariz vermelho

O que tem então nesse nariz vermelho que gosto tanto?

essa chance de brincar, sem medo.
de dar graça e até medo.
de aceitar. é difícil, não sei se chego lá.

Como é difícil ser inteira, se entregar.

sei lá
Gosto de poder ser criança.
De olhar no outro
de responder sem pensar.

Gosto de sentar onde e como não pode.
Gosto de ficaar colorida, exibida

gosto de brincar
Gosto de achar resposta que surpreende, que desconserta.
Gosto de ser mais esperta.
Gosto de poder não entender
Gosto de entender do meu jeito.

Gosto de comer, dançar, de rir, de calar.
Gosto do jeito que me olham quando digo que sou palhaça.
Gosto de ver o outro experimentar ser palhaço, de ser permitir, e brincar comigo.

Gosto de dizer: só seja/ o que sentir vontade, faça/ depois pensa se poderia ter feito/ e perceba que não foi tão ruim assim/ e não brigaram contigo/ se brigaram depois riram/ mas ninguém chorou (muito).

Você não deveria...
não deveria mesmo, afinal, está tudo ali, sem dívidas, saímos sem dever nada, nem os deveres devem ser devidos.

Amo-te aspi.

14-09-2010
00:00 quase

No. 111 - Gosto de samba no bar

Ela tentava. Mas não conseguia.
Ela pensa:
"Tenho que sentir, deixar fluir."
E entre um pensamento e outro, uma cervejinha.

Sorrir. Amigos. Aquele refrão.
Ela se concentra, segura no papel.

"Vou começar"
E entre uma concentração e outra,
uma caipirinha.

Cantar. Dançar. Lembrar de quando se conheceram.
Ela se foca:
"Vou conseguir, é só sentar mais longe."
E entre um foco e outro, uma caninha.

Desistiu.

"Não dá para escrever poesia no bar."

25 de setembro de 2010
Num bar, na estreia do samba daqueles queridos amigos...

No. 110 - Gosto de ser morena

Este texto de um querido amigo meu, tenho que postar por aqui... não é sempre que as morenas tem essa chance (e não é na letra de um samba... hehe)

"Às meninas de olhos profundos.

Sempre gostei de morenas fartas. De tez clara e longas mechas cacheadas. Fartas de vida, cheias de amor pela liberdade que sempre tive preso dentro do peito. Das mais altas às baixinhas, todas elas me encantam. Com o sorriso sempre aberto e o peito saliente, repleto de todo o orgulho e confiança que ali carregam junto ao coração.

Ó morena do sorriso fácil, tua liberdade me aprisiona.

E teus cachos me envolvem de tal maneira que sempre acabo voltando a ti, buscando o calor nos teus olhos profundos. Não me impressionam as loiras tristes, que tanto tempo dispendem em salões e academias ao passo que permanecem vazias na alma. As mulheres moldadas ao consumo masculino parecem sempre esconder algo. Imagino a loira esquálida, no silêncio da sala, a olhar o nada pela janela. A olhar e pensar. Pensar no nada sem estar meditando e a refletir. Mais no espelho que consigo mesmo. Estas escondem dramas que não despertam o interesse dos mais aventureiros, nem mesmo delas próprias quem sabe, nelas é tão profundo o espaço do mistério que não cabe a ninguém mais resgatá-lo.

Vejo as loiras deslumbrantes pelas ruas.

Nelas vejo a falta. Da minha menina de olhos profundos. "

guerrero zen, 20 de julho de 2010

28.9.10

No. 109 - Gosto da lingua portuguesa

Pergunto: QUEM VAI AUTOGRAFAR???

descrição ipsisliteris de um evento descrito na AGENDA CULTURAL Setembro 2010 da Livrarias Curitiba (no impresso, pq no online está corrigido)

quinta, dia 16, 19:30

Atlântida - Berço da Civilização
Sessão de autógrafos no lançamenta do livro "Atlântida - Berço da Civilização", de Ernani Simas Alves.(in memorian)

22.9.10

No. 107 - Gosto de caminhos

Caminhos em espiral
respirando em espera

espera por algo que não estava tão longe

dói

doendo choro
carinho sorrio

nem tudo é tão óbvio
neste mundo tão simples

simples para quem entende que o complexo é a gente que inventa.


22-set-2010
antes da supervisão de clínica (simples como diz minha querida professora Marusa)
e depois, três dias depois de três dias em um caminho de clown, (fácil, como diz meu querido professor Alain)

No. 106 - Gosto de shake espeare

Foram chamados de Romeu e Julieta
E eles ainda não sabiam porque.
Afinal, os pais não sabiam, nem imaginavam.
As famílias nem sabem que coexistem na história.

Então, porque o apelido shakespeariano?

não falavam
só olhavam
e os outros entendiam
mas eles dois ainda não sabiam porque

- e agora, o que fazer?
- pergunta pro "além".
Romeu olha para o céu, e pisca para o sol.
O sol deixa de se esconder
e vem ver Julieta a procurar esconderijo.

O sol não fala nada
só assiste
Ela não fala nada
Ele insiste
não resistem.

Começam a entender um pouco o porquê

- eu vou indo.
- eu também.
Preferiram não chegar na parte do veneno.
Deixaram os apelidos no esconderijo.

Gi
21-set-2010
escrito no Paço da Liberdade, tomando café latte e samba instrumental, lendo Amor Líquido

13.9.10

No. 105 - Gosto de macarronada

Esqueletos gulosos na Macarronada de Flores

Confia e pratique

meditando e agradecendo

a lua sorri quando aparece a manhã

mas não esqueça de seguir o gavião que voa no céu de sua visão

tudo são flores na casa da Radha

11 set 2010


Baba! Nam! Kevalam!

A noite flutua em nós

Grande, grande, grande é a alma

antes que eu esqueça, vou anotar!

Prabhat, sábado, 11/set/2010


Confie nas nobres verdades

Macarronada e pimenta do reino

e se soubesse que seria assim, teria vindo antes, afinal....

já não sei como é, apenas voou

e agora fugiu tudo, fica somente o vazio, o absoluto

Todos unidos na sintonia

o amor é cura

e aqui agora é onde nos encontramos

Prabhat 11/set/2010/

8.9.10

No. 104 Até gosto de casamento

Respondo

Sim, eles casaram
em alianças
de ouro
e afeto.

Sim, fomos madrinha
viemos para lá
subimos a descida
em afeto.

Sim, já faz frio
a mão aquece
quando respira
o afeto.

Sim, nos amamos
de lambidas
na pízza dividida
entre afetos.

Sim, preto e branco
com verde na casa
na chuva e na fazenda
de afeto.

Sim, assumimos
a testemunha
de que ali se vê
afeto.

Sim, já vamos
faltam dias
para a rotina
do afeto.

Sim, rotina de supreender
e direção ao heaven
degraus
para o afeto.

Há fé to do dia.

(05set2010 na casa do CASAL em Lages - SC)

No. 103 Gosto de Afeto

"Qual é o título?"


Ainda bem que não sou uma fada, que de tão pequena carrega um sentimento só. Mas um cometa com milhares.

Criamos conexões afetadas e afetos conectados...

Entre fornos descascados de seus isopores; entre cozinhas, quartos colchões e roupas todas fora de suas "embalagens"; entre imãs (?) de geladeiras feitos com fita isolante:
(HÁ)FETO!!!


...dos guardiões da moral com quem me encontrei, fica a pergunta: "quem guardará os guardiões?"

Perder-se também é o caminho.

Porque o importante é que importa e o que importa é doce como chocolate, mesmo que seja chocolate amargo.


Vamos parar de brincar com isso então?

-- esqueleto guloso do corep lua de mel - LAGES - SC - 06 de setembro de 2010.

escrito a 7 pares de mãos e muito afeto!!! em ordem alfabética:(Aline, Abelha, Brunão, Eddie, Flavinha, Pri e eu)

3.9.10

No. 102 - Gosto de respirar

Ela virou para mim e perguntou: "Vamos. Está preparada?"
Só respirei.
"Te pergunto, mas não te explico o caminho. Agora, vai ser bem diferente do que era antes."
Eu sorri.
"Ah... achou bom, é? Mas não vai ser como um click de botão ou giro de varinha mágica."
Parei de caminhar tão rápido.
"É isso mesmo, vai devagar. E não tão fácil como você imaginou."
Diminuí o espaço entre uma expiração e outra.
"Respirar vai ser fundamental. Para um pouco teu passo. Antes de dar o próximo, enche seu corpo de ar."
Neste instante, meus pés foram lentamente descolando do chão, e não sentia mais o peso do almoço na barriga.
"Viu? Respirar ajuda. Agora solte, lentamente, como sentisse cada partes do teu corpo esvaziando."
E fui retornando pro chão, com dificuldade para ser um pouso tranquilo.
"Não adianta me olhar com olhos investigadores. Nem GPS pode te guiar."
Desisti de procurar nela o apoio, e voltei a caminhar.
Dessa vez eu percebia como que cada osso tocando o chão, de pés descalços.
Ela sorriu.

18/08/10 no jardim da fiep centro... 14:50

25.8.10

No. 101 - Gosto de conto (III)

Ana Maria da Silva Farias levanta da cama verde frio. Aquele não era o dia de tomar sorvetes.
A Rua 06 de abril parecia correr em velocidade anos-luz, enquanto Ana Maria tentava abrir seu guarda-chuva. Aquele não era o dia de usar rayban.
Seguiu com seus passos lentos em direção ao atelier Belos Panos, onde Afrodite a esperava para mais uma invenção. As botas velhas, que não encontravam substitutas, gritaram para Ana Maria que já não serviam para chuva. As poças das calçadas históricas do largo entravam em contato direto com as meias listradas. Aquele não era um dia para andar de chinelos.
Resignada, ela respondeu secamente ao bom dia da sócia do Belos Panos. Afrodite percebeu que não era um dia de contar piadas. Ficou quieta em seus afazeres.
Alfredo, que há dias não aparecia no terreno, entra de capa molhada preta. Ao que Ana Maria se indigna, vendo os tecidos próximos da entrada ganharem gotas espalhadas. Aquele não era um dia para visitas.
Afrodite ri.
O visitante ignora as reações, e começa a tirar o plástico escuro, para abraçar elas, personagens tão importantes em sua vida. Afrodite não questiona e fica contente com aquele repente na Rua dos Porões. Num longo abraço sente um pulsar forte, ao qual seu peito ressoa.
Ana Maria acha algo para costurar e senta de forma a evitar contatos. Para ela não importava que Alfredo chegou de moto, mesmo não gostando de chuva nem de acordar cedo. Aquele não era um dia de sacrifícios.
Alfredo percebeu o recolher-se dela e decidiu sentar, pacientemente, no banquinho da janela. Gotas já suavam no vidro, os casacos das sócias já pendiam no cabide, e a segunda jarra de café era servida.
Ana Maria costurava. Alfredo olhava.
Afrodite entendeu que se até o céu azulou, e o sol espiava, era hora de ir lá fora.
Ele observa ela saindo. Ana Maria concentra em suas linhas.
Só se escuta os carros que atravessam a rua dos porões nos intervalos de sinal verde.
A agulha da máquina parou.
Ana Maria, Alfredo e um banquinho.
“Sim, eu aceito.”
Aquele já parecia um dia para respostas.

15.7.10

Apêndice ao 100

100 vezes o gosto
100 marcas
100 inocentes em cumplicidade
A justiça não acha lei
que encaixa
a ré.

100 dó
100 ré
só alfabeto
100 cifra
100 títulos
100 legendas
100timento
100 definição.

11/07/2010 3:30am

No. 100 - Gosto de Teresa XIII

"Que Foda
Isso Tudo
Ser Só Um Dia".>


Embalos se repetem
músicas se ouvem
e o mundo se
controla por cordas
e peles.

Unha que se aprofunda
e marca.

Respira
em muitos
Energia

Teresa se vê
sem espelho
cabelo
sem creme
Mar sem
praia.

Não é hora para tomar banho de mar.

Hora de sol,
banho de sol
com protetor
solar.

Não colocará mais a pela a prova.

Pele de pandeiro
à mão
ritmo
carinho

Carinho a si
carinhas
sorrindo
carinhando-se

Teresa se vê
sem espelho
sem outra
sem sono

Teresa se vê
nua, crua.
Para si,
cria.

E pensa:
O tempo não mede pelo relógio. Mede pela intensidade da entrega de um ponteiro de encontro ao outro.
1 hora.


Antonina-PR, 11/07/2010

8.7.10

No. 99 - Gosto do estranho

Acordou se sentindo estranha, como Alice no país das maravilhas. Mas Sonia nem teve tempo de ir ver o filme em 3d nem sem d. Mas sabia que não ia ser um dia normal.
Sol. Denovo. Na cidade da chuva, mais um dia com sol. "Vou ter que molhar as plantas."
Casa nova. Rua amiga. E só. Era isso que ela via. E mais ninguém. O reflexo do espelho nao foi notado, e continuava escovando os dentes prestando atenção no barulho da água.
Era ecologicamente correta, mas naquela manhã deixou a torneira aberta enquanto acariciava com as cerdas suaves, cada esmalte de sua boca. O barulho da água escorrendo a levou para lembranças nostálgicas.
Fechou a torneira.
Não olhou no espelho.
Foi se vestir, sem saber se ia passar frio ou calor. Aquela casa nova,naquela altura, enganava o guarda-roupas. Colocou o casaco na bolsa e arriscou a saia florida. Nem conferiu seu look. Nem no espelho do elevador.
Estranho.
Fechou a porta e o portão. Segurança.
Se sentia segura. cada vez mais. E isso lhe dava medo.
Respirou fundo e lembrou a peça do fogão que tinha que trocar na loja do fim da rua. Depois. Depois ela volta. Vai trabalhar ali perto mesmo.
Sonia caminhou poucos passos e


08/07/2010

18.6.10

No. 98 - Gosto de Samba

Mesmoquedepoiseantes, eu nao entenda, porquenoMEIOdeumasemanadedifícilrespirAção entre tantacoisajunto, eu v á s a m b a r.

O compasso
acompanha
o passo

O olho
segue
o olho

Os braços
abraços

Os ouvidos
liberam
os pensamentos

Escuta
solta!
volta

"e quero ver se voce tem atitude e se vai encarar!"

continuocomesserefrãonacabeçaevouencararumaprovadafaculdadeagora.

Gi - 18-06-2010 09:20

25.5.10

No. 97 - Gosto de lendas

E as pedras vão rolar...
*Ignorando as explicações insossas dos historiadores, eu acredito nos tesouros escondidos sob as Ruínas de São Francisco, em Curitiba...*

Em terras centrais de uma capital, num bairro com nome de santo que fugiu do dinheiro, há túneis subterrâneos que escondem moedas espanholas.
Graças a Zulmiro, meu vizinho. Um pirata esperto, que depois de saquear a coroa da Espanha, acaba naufragando em mares que ainda não sabiam ser Paranaguá.
Não deu outra, saltou, nadou, não largou o saco de ouro e achou o esconderijo perfeito à dezenas de quilômetros do oceano. A Construção de uma Igreja, em meio à duas praças, cheio de jesuítas e índios cuidando do espaço.
Madrugadas profundas abaixo da terra, até garantir a segurança e sigilo que necessitava. Como um pirata habilidoso, também na arte da simpatia, conseguiu mãos voluntárias de escravos e bençãos de padres.
Sabia que seu sorriso multicores e uma moeda em sua mão esticada conquistavam belos bons dias na nascente Curitiba, lá do seu alto São Francisco...
Mesmo depois de escondê-los tão bem que nunca mais encontrou, nem nos túneis que desciam à Paranaguá, ou que desembocavam na futura Praça Zacarias, continuou nas ruas largas da cidade tomando seu Rum e provando os chás indígenas. Irresistivelmente, a cigana, dos olhos verde-mar e sotaque do ouro que roubou, amaciou as mãos calejadas de Zulmiro. O pirata tentou conquistá-la, mas como ela leu sua sorte, e não o encontrou em seu futuro, foi difícil enamorar-se. Mas a promessa do tesouro fez com que a espanhola, no mínimo, não o espantasse.
Se tiveram filhos, não sei. Se encontraram o tesouro, sei que não, ainda está sob as ruínas de São Francisco.
Protegidas pelas maldições piratas, jesuíticas e indígenas, uma bela rede social, não permitem a invasão dos outros.
Apesar de saber que Zulmiro anda por aí, perto da minha casa, não consegui ainda conversar com ele umas idéias novas de participaçao na escavação que tenho.
Enquanto não tomamos esse chá na praça Garibaldi, nem discutimos com as feministas no Belveder, fico na minha.
Pois, sem a proteção do pirata Zulmiro, aquela pedra pronta para cair em quem entra, não me fará bem.
... Tomo meu rum, um gole pro santo, um brinde pro Pirata!


---
crônica-conto baseada nos dados pesquisados na CASA DA MEMÓRIA, na rua São Francisco - Largo da Ordem - Bairro São Francisco
Fotos by Gi:
Jornal de 1974 do acervo da Casa da Memória
Agente de desenvolvimento Ticiano Jalos conhecendo as histórias do bairro e do pirata Zulmiro.

No. 96 - Gosto de ler contos

Noites de verão

Ela gostava de ler, principalmente contos. Uma leitura mais ligeira que lhe permitia aproveitar as horas que passava no ônibus, ida e vinda do trabalho.
Levantou os olhos da leitura cismando.... Os contos de Marina Colassanti mexiam com seu erotismo. Seu casamento estava tão morno! Seria a timidez sua ou a sistemática do marido. O conto "Homem Frente e Verso" lhe deu a idea para sacudir a mesmice rotineira de seu relacionamento.
Não seria mulher de duas caras, mas a mulher oposto do que era. Imaginou-se vestida diferente, cabelo de cor vibrante, o batom forte, para acentuar a sensualidade.A saia mais curta valorizando suas pernas bem feitas.
Comprou um vestido vermelho, curto e decotado.
Noite de verão, janelas abertas, o companheiro no quarto estirado na cama, olhos na tv.
Pôs o vestido, olhou-se no espelho, rodopiou pelo quarto... olhou o marido..nenhum comentário...
Aprimoraria sua estratégia.
Pintou o cabelo de cobre avermelhado, quase ruivo. Adquiriu um sutiam sexy, uma calcinha minúscula.
Noite de verão, calor, janelas abertas, tv ligada, o marido na cama.
Vestiu a langerie, ajeitou o cabelo, sorriu para o espelho, para ela isso era uma ousadia!
- Notou algo diferenteem mim? perguntou.
Ele desviou momentaneamente os olhos da tv, gostou do que viu, mas não podia perder o comentário do jogo, respondeu:
Parece mais magra.
Desejava que ele a arrastasse para a cama,cobrisse de beijos e desejos extravagantes. Amarga decepção.
Na manhã seguinte, a mesma rotina. na saída do prédio escutou:
-- Gostei do que vi ontem a noite!
Olhou espantada, o rapaz estava sorrindo:
-- Janelas abertas em noite de verão são como palcos...
Chegou mais perto, passou a mão pelas suas costas e ousadamente descia acariciando seu corpo.
E assim foram caminhando, A conversa entre eles não consegui escutar...

CONTO DE Myriam Bley Piechnik, minha colega de oficina de contos da escritora Gloria Kirinus.

--- Gostei muito deste e de vários contos dela... poesias, textos, palavras maduras... ---- assim postei aqui... e, quem sabe... nos encontraremos em outras páginas...

1.5.10

No. 95 - Gosto de Teresa XII

- PARA SE LER EM UM MINUTO -

Teresa pára e pensa:
"Se o tempo tanto guia,
para onde ele me leva?"

Teresa ri e se imagina SESSENTONA
e se sente boa
SERÁ?

SE for que nem aquele que chega ali sorrindo
e sessenta
SE for que nem ele que chega correndo
e se senta


Senta pouco
Sente muito
Faz bastante

Teresa o conhece e quer tambem sentir assim com 6 décadas.

Sentir o pôr do sol
registrando em lentes
canon ou varilux.

Sentir o chão: o seu - Tijolos de vidro.
Trocar o chão: novo seu - Paredes de vidro.


Usar borracha só em tênis.
Olhar para trás sem ter o que apagar.

De lanches de hóstia
a jogos com lasanhas congeladas.
De excursões lotadas
a 2 vagas com milhagens.
De microscópio a amplificador,
De insetos a flores,
De bicicleta a mini-van,
De violão a violino,
De livro a DVD,
De cerveja a mamadeira,
De amor a amor.

Sessenta segundos, tanto significado!
Teresa se senta.
Sorri.


--- 02-05-2010 ---
escrito pro mim 14-12-1985, filha de Marcio Voss - 02-05-1950
imagens das lentes que ele escolheu usar...
se não deu tempo de ler em 60 segundos, vale a pena treinar maisou trocar o tênis.