26.11.08

No. 33 - Gosto de Teresa II


Teresa esqueceu do tempo, e depois do segundo desjejum viu o sol no topo e decidiu: puxou o lençol, puxou o livro... largou o livro, sob o lençol. E o sol não saiu da janela. Acompanhou os olhos fechados que se abriram, como que depois de dias ali sem luz.
Como quem ama, acordou, venerando a vida. Respirou, riu do que sonhou, riu. Amando assim, lembrou que a fome ali se instalava, e correu em direção ao fruto. Laranja se desbotou em pele branca. Em gomos restaurou a cor, o sabor e o aroma, que Teresa sentiu três vezes.
Respirando com gosto, falou, relaxou. A vida ali se reiniciava, como sempre, como todo dia e noite. Só não sabia Teresa, o quanto ainda assim veria.
Deitou, agora com a lua a espiar os olhos inquietos que no escuro permaneciam abertos.

gi, dia 26/11/08, 18:16

10.11.08

No. 32 - Gosto de viagens

Rodoviária

Uma porta de entrada com jeito de saída. A mistura de odor de gasolina e fedor de cigarro. Sons de moedas, rodas, motor. Parou. Abriu. Rasgou.
"Boa tarde,em duas horas e meia seu desembarque."
Outro lado perto longe, a distância aproxima quando o veículo pára. Parou. Desceu.
E na porta de saída, a entrada.


Na Rodoviária


Calçada. Ela não solta a mala. Ele não segura a lágrima.

No corredor

Não sei o que me espera pela frente. Mas vou pra frente igual.


Gi.
Escritas ontem... na rodoviária...
foto MVoss.