22.9.09

No. 64 - Gosto de roda


O sol reflete no olho até o que esqueceram de explicar.
Creme
Chocolate
Morango
Pra que falar?
Não vai, porque não é alguém de ir.
Fica.
Ficar assim falando calados,
queimando.

As marcas vermelhas aquecem ainda sob o creme.
(sem chocolate, mas cor de morango)
A pele que arde
marca no/do rosto que sorri.
Ali a gente senta,
levanta, busca, traz,
dança, bebe,
come, come, come.
Sabor de domingo melhora qualquer semana.
Calor e sol de domingo adianta qualquer boa semana.
Sorrisos, pandeiros,
cebolas, botes,
violão e batata,
confirmam qualquer dúvida para a semana.
Numa roda, grande e linda, se gira.
Gira o tempo, bem.

E Teresa come pipoca e brigadeiro.

21-setembro-2009 00:41
fotos e texto sobre um dia do gaúcho em meio a curitibanos recessivos e brasileiros-latinos que cansaram de tomar nosso mate e ouvir o hino na beira do lago!

6.9.09

No. 63 - Gosto de anjos

Hoje vou escrever uma historia sem enfeites (e sem acento ja q o teclado nao quer..)

Porque tem cenas que nao precisam de metaforas, nem de poetas...

Era 10:30 do domingo de sol, provavelmente... ou um pouquinho mais.
Estava eu sentada, ao lado do meu avo, no banco da igreja, enquanto o padre terminava de entregar a hostia... e dentre os cantores estava minha mae, meu pai, e a amigona da familia, em frente a minha irma, cunhado e meu afilhado (q tb gostou das musicas)... e deve ser por isso que uma musica, que nao estava na lista entregue na porta, comecou a ser cantada, para finalizar a comunhao.

Ao ouvir aquelas vozes, o que eu nao tinha feito ainda, comecei a fazer no instante que entendi qual era a nota. E as lagrimas correram, e meus olhos fecharam, respirando diferente, e lembrando da minha avo, antes de ir, ha um ano atras. "gracas pelo azul celeste... gracas dou pelo futuro... por essa vida que passou..."

E algumas estrofes depois, sinto uma mao me tocar no joelho. Abro entao os olhos (um pouco assustada/incomodada) e vejo olhos azuis, cabelinhos loiros, e um carinho me olhando. Abraco entao aquela menina, de quem ja fui baba, e estava com seu pai nosso amigo, sentada em frente a mim.


Uma gota eu toco no meu rosto, e passo em sua maozinha. Sorrimos, por ficarmos com a pele molhada. Ela entao, abre a sua mao, e aponta com seu dedo, para uma ferida na palma, do lado das linhas da vida. Olha bem para mim, sorrindo, e diz: "Sarou."

Depois procura nos dois cotovelos, encontra qual tem um raspao, e diz: "é uma ferida, as vezes molho, mas depois sara denovo...".

Sorrindo, termino de ouvir a melodia. E volto a acreditar em anjos.


06 de setembro de 2009. 15:22. Passo Fundo.

p.s. Cena vivida na missa de um ano da minha vo' querida. fotos das flores dela, e da minha anjinha.