3.3.10

No. 88 - Gosto de Mistura

Minha festa popular ganhou arestas e perdeu serestas.

Abri para mais e assim me fechei com menos.


Dividido em acordos desenhados entre cordas humanas de ar quente e úmido
úmida humidade umanidade

Música que ignora as froteiras e se move em gigantes quadrados e as cores iguais de diferenciam das cores do lado de lá.

Não quero abadá
Não quero verdocamarote
Não quero pular por ser pipoca
Não quero cruzar debaixo de sovaco de cordas.

Quero misturar numa receita de cores de melanina e tapioca. Sem que o tom separe os gostos e somente se reconheçam que eram diferentes temperos.

E uma praça surge verde no meio dos confetes.
Balança, lota, anda do lado do trio. Tribo. Tri.

Chuva miúda não molha quem não quer. E a avenida se abre e molhada não percebe que a gente não escorrega. E ainda a segura na patinha de quem de ti ri.


Ri de pegar no tambor
Rir de chegar no pelô
Não fura, não dói, é só pintura
E eu não sabia...

--
Escrevendo tudo isso de carnaval
mas não sabia ter uma cara poética
mas quem disse que toda poesia tem música clássica de fundo.
de frente
de ritmo
de vida
poesia na insanidade da muvuva descontrolada no controle de capacetes e água de chuva espuma cevada.
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Não sei- domingo de carnaval - salvador - Bahia

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