20.1.09

No. 39 - Gosto de Teresa IV

Teresa escuta os pássaros.
Uns no ninho, dentro da chaminé.
Uns ali, na árvore fora.
A luz que chega nova/os olhos ainda abertos.
As paredes da chaminé, negras, como ensinarão eles a voar?
E o tempo passa junto com ela. O tempo.

Com luz, outros chegam.
E Teresa ao cruzar, pensa, sem pressa, sem ritmo.
Toque a toque, os olhos cansam, e as mãos insistem em escrever essas linhas.
Os pés, no toque, ali ficam.

Mas o pássaros já são em menos.
O canto se ouve além das janelas de Teresa.
Som que se mantém. Do antes, da intensidade, multiplicação.
Vozes, rostos, pés, cinturas, ao seu redor.
Num redondo vivo de cores no escuro.
E os olhos de sangue guardam os tons na batida insistente.
Que não importa mais se o tempo passa ou não junto com Teresa, o pulso prefere ignorá-lo.
Pulsam assim idéias sem sentido, respiraçã em afeto, de afeto, com afeto.
Ao feto se guarda e depois em afeto se forma.
Raro efeito.

Águas ecoam da parede do banheiro, as páginas do dia foram jogadas, e o ruído das rodas de mercúrio vão.
Antes de pensar no que virá no jonal, Teresa apóias as tranças de shampoo nas mão de sabonete, cerra os cílios e pensa:
"Agora respeitarei o tempo."

Dia 09/01/2008 6:44am...

3 comentários:

  1. e eu do outro lado da parede que corria agua,cansada de andar quilômetros a mais (des necessarios)e feliz pelos afetos recebidos ao chegar tranquila no lugar onde encontraria Teresa!
    xD

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  2. assim pod voar sem m machucar :P

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  3. como e a quem as asas de Teresa machucariam?

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