22.4.09

No. 51 - Gosto de escuro

A luz acabou. Esperou o filme francês terminar.
A rua escura, dois tubos de luz, e só quem passa vê a sua frente.

Araucárias vermelhas me lembram... lembram amor... amor? ? ?
Amor sem nome.
Vontade de se apaixonar até por quem já disse não.
Vontade de contar pro mundo a história do filme francês.
Vontade de escrever aqui, no lençol de mudança, vermelho da cor do céu úmido.
Do tom que entra no quarto que não é/era meu mas me recebe.

O caderno que me escuta se ilumina pela foto na tela, fonte de luz para a caneta.
E nesse instante a luz dela também se apagou.
Sistema programado para poupar energia. Energia. Energia.

re-Ligo, posiciono.
A foto me mostra pessoas de duas semanas, em afeto, em quantidade e qualidade.
Em chão de ginásio, em círculo, amarelo.


"Um lugar na platéia, nem longe, nem perto" Jéssica quer em Paris.
E eu? E Teresa?
A foto agora mostra minha paisagem, minha visão do aqui-agora.

Ali na porta perguntam: "Gi, tá dormindo?
e eu: "Não... pode entrar."
mas ninguém entra.
Deve ter pensado: "No escuro, sem energia elétrica, esse silêncio no quarto, deve estar dormindo..."
Acho que queriam me convidar para jantar.
Como explicar que estou escrevendo no escuro, e as fotos da memória instantânea me dão luz?
Sorrio.
Vontade de ser.
Sou.
Sou sem saber, vivo a ser...

O filme não era Amelie, mas nesse dia de chuva que cai devagar, na luz do céu vermelho de nuvens inteiras, sinto vontade.
Vontade de me apaixonar em um leilão de artes, de atravessar uma nova rua, de conhecer assim, por estar aqui, por não estar mais lá.
Não sou francesa, não estou em Paris.
Sou eu, estou aqui.

22 de abril de 2009. escrito entre 21:57 e 20:12 (no caderno no escuro, esqueci que podia usar o laptop na bateria... ah, não teria essa "poesia".)

fotos:
21:54 visão da minha janela, sem flash, auto.
20:12 visão da local da escrita, com flash, afinal...
12:53 (duas semanas atrás) COREPSUL Velho Oeste.
21:57 visão da minha janela, sem flash, ISO high sensitivity.

7 comentários:

  1. aqui nao faltou luz
    não sou francesa
    meu bisavô era
    tb tenho vontade de ser
    não sei se saber faz bem
    as vezes penso q é melhor ser sendo sem saber
    já n sei d mais nd agora
    alias sei
    sei q n sei escrever sem lembrar d algum autor ou de alguma música
    sócrates e raul seixas m acompanham na escrita do comentário

    ResponderExcluir
  2. hmm quase vi amelie ontem DE NOVO ai pensei
    gostaria de ser nao sou
    mas quem sabe um dia serei
    alguem q parou d procurar aquilo q nao sabe
    (acabei de ler alguns posts meus antigos...credo misturei td...me perdi)

    ResponderExcluir
  3. eu queria teu abraço hoje.
    dai eu nao ia vazar ia derramar mesmo.

    ResponderExcluir
  4. a gente só tem medo de escuro se a luz do picadeiro não acender logo!

    ResponderExcluir
  5. Eu gosto desse escuro.
    Ao contrário da maioria, eu me sinto confortada.
    Podia dar um apagão e eu não precisar mais digitar esse tcc.
    Podia ser por dias indetermináveis....[:P]

    Acho que você também gosta do escuro, não por esses motivos, mas gosta mesmo!

    AMo vc menina!

    ResponderExcluir
  6. saudade desse escuro aí desse quarto, me faz lembrar de franceses, de negões, de extremos e de muuuuitas risadas!
    hauhauhauahau
    bjuxx giiiii

    ResponderExcluir
  7. essa mistura francesa-escura-ser-não ser deve ser estudada...
    vou buscar pesquisadores e colocar vocês sob observação!:)

    ResponderExcluir

Comentar é ótimo.. pois tudo é uma surreal construção coletiva...